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Estamos no século XXI e os preconceitos que permeiam a trajetória feminina no mercado de trabalho ainda são muitos. Quando pensamos em mulheres e tecnologia, então, poucas são as pessoas conscientes da contribuição do chamado “sexo frágil” para a evolução da área.
Quando pensamos em tecnologia logo vem à mente o considerado pai da computação, Alan Turing. Mas, você sabia que quem teve a ideia do primeiro programa de computador foi Ada Lovelace? Hoje ela é conhecida como a mãe da computação e, inclusive, dá nome a um prêmio de inovação na área. Porém, por muito tempo ficou no anonimato.
A presença das mulheres no mercado da tecnologia cresce a cada dia. Por isso, este artigo será dedicado a elas.
Vamos falar um pouco mais sobre a importância da mulher na tecnologia e o que elas fizeram para contribuir com esse setor ao longo da história. Você também vai ficar por dentro dos principais desafios enfrentados pelo público feminino nesta área atualmente.
Continue conosco e boa leitura!
Qual é a importância da mulher na tecnologia?
Durante a semana que antecede o Dia Internacional da Mulher – comemorado mundialmente em 8 de março – os esforços profissionais das mulheres ganham espaço na mídia. O que a audiência, por vezes, acaba esquecendo é que o público feminino ocupa todos os lugares com maestria e excelência.
Na lista anual apresentada pela BBC News com as 100 mulheres influentes e inspiradoras de todo o mundo, figuram personagens que tratam de assuntos importantes. Entre eles, destacam-se a crise econômica, a pandemia causada pelo coronavírus, as mudanças climáticas, o crescimento da fome e os avanços tecnológicos.
Mesmo em uma área predominantemente masculina, as mulheres vem fazendo verdadeiras revoluções na tecnologia ao longo dos anos. Muitos itens que conhecemos e usamos hoje em dia foram criados por elas – apesar de não receberem o devido reconhecimento.
O que as mulheres fizeram na tecnologia? Conheça algumas histórias de sucesso!
Homens e mulheres são diferentes e, consequentemente, possuem habilidades únicas. Tais características fazem das mulheres profissionais extremamente importantes no desenvolvimento da tecnologia.
Por isso, vamos conhecer algumas personalidades que têm seu nome gravado na história. Bora saber mais?
Grace Hopper (1906 – 1992)
Bug é um termo utilizado até hoje quando queremos nos referir a algum problema no sistema do computador. A palavra em inglês significa inseto. Você já parou para pensar em como uma coisa está ligada à outra?
A explicação é a seguinte: o termo passou a ser usado como referência de problemas nos sistemas computacionais depois que Grace tirou um inseto de dentro de uma máquina. Interessante, não é? Mas a contribuição dela para a tecnologia não para por aí.
Hopper foi a primeira mulher a conquistar um PhD (maior grau acadêmico e universitário) em Matemática, além de trabalhar na área de tecnologia na Marinha dos Estados Unidos. Ela foi uma das idealizadoras da Linguagem Comum Orientada para os Negócios (COBOL) e também contribuiu na criação do primeiro computador vendido nos EUA, o UNIVAC.
Hedy Lamarr (1914 – 2000)
Além de atriz, Hedy Lamarr contribuiu para a criação de tecnologias que são utilizadas até hoje em redes Wi-Fi e GPS.
A ideia de Hedy foi usada, em um primeiro momento, para interceptar mensagens durante a Segunda Guerra Mundial. Foi quando ela percebeu a variação da frequência nas notas do piano e concluiu que as estações de radiocomunicação funcionavam de forma similar.
Hedy e George Antheil desenvolveram o sistema decodificador de mensagens que é usado até hoje em GPS, Bluetooth, Wi-Fi, smartphones e tantos outros aparelhos.
Katherine Johnson (1918-2020)
Katherine Johnson é um nome a ser lembrado na área da tecnologia. A norte-americana concluiu as suas primeiras graduações, em Francês e Matemática, quando tinha apenas 18 anos. Foi a primeira mulher negra a entrar em um curso de pós-graduação na West Virginia State University.
As ideias brilhantes de Katherine a levaram a trabalhar na NACA, órgão que depois se transformou na NASA. Ela foi a responsável por fazer o cálculo da trajetória de voo do primeiro pouso na lua, com o Apollo 11, em 1969. Essa você não sabia, não é?
Carol Shaw
Se você é fã dos videogames, com certeza já ouviu falar em Carol Shaw. Ela nasceu em 1955, no Vale do Silício, e é considerada a primeira mulher a trabalhar no desenvolvimento de jogos digitais.
Formada em Engenharia da Computação, Carol inventou a geração procedural de conteúdo. É o aumento gradativo da dificuldade, conforme você vai passando as fases no videogame. Ela também criou consoles e softwares para games.
Contratada pela Atari – empresa de jogos eletrônicos fundada no início da década de 1970 –, Carol trabalhou ativamente no desenvolvimento de diversos jogos, entre eles: River Raid, Super Breakout, Polo e Happy Trails.
Nina Silva
Também temos uma representante brasileira na lista. Nina Silva é carioca e nasceu em 1980. Construiu sua carreira na área de TI trabalhando com o sistema integrado de gestão empresarial transacional – ERP SAP. Atuou em empresas de renome como Heineken, Honda e L’Oreal.
Criou a sua própria empresa, o Movimento Black Money, como forma de incentivar a comunidade negra a empreender. Está na lista das 100 pessoas afrodescendentes mais influentes do mundo. Atualmente, é Lead IT Manager na empresa ThoughtWorks.
Mulheres e tecnologia: qual é a porcentagem de mulheres em TI?
Com tantas contribuições importantes na área da tecnologia ao longo dos anos, é possível pressupor que a porcentagem de mulheres que trabalham com Tecnologia da Informação nos dias atuais seja bastante alta. É aí que você se engana. Os números dizem exatamente o oposto.
Do total de trabalhadores da área de TI, apenas 20% são mulheres. Ou seja, para cada 8 homens que atuam no setor existem duas mulheres. O dado foi divulgado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já do total de profissionais que se formam em todo o mundo na área da tecnologia, apenas 36% são mulheres, de acordo com o Fórum Econômico Mundial. Apesar das características e habilidades únicas, o público feminino aparece em porcentagem significativamente menor no setor.
Desigualdade e diferença salarial
A ausência de uma política de igualdade de gênero na área de TI e até mesmo dentro das empresas é um fator que desmotiva as mulheres que têm o desejo de seguir no setor de tecnologia.
Outra questão que acaba se tornando um empecilho é a diferença salarial entre homens e mulheres, não apenas na área da tecnologia, mas também na Ciência, Matemática e Engenharia.
Você deve estar pensando: “se o cenário é este, melhor eu escolher outro curso”. Mas, ao invés disso, inspire-se nas mulheres que, mesmo apesar das adversidades, dedicaram-se e gravaram seus nomes na história da tecnologia.
Mulheres na área de TI: média salarial
Apesar da diferença salarial ainda ser destaque quando o assunto são as mulheres e a tecnologia, é preciso ressaltar que os valores das remunerações ficam mais próximos com o passar dos anos.
Em 2017, a diferença salarial entre homens e mulheres da área de tecnologia era de 22,4%. Em 2019, este número caiu para 12,4%. É o que indica uma pesquisa realizada pela Revelo, empresa especializada em Recursos Humanos.
Ainda sobre a remuneração média das mulheres na área de TI, o salário de uma mulher na área era de, em média, R$7.950. Homens que ocupavam a mesma posição recebiam, em média, R$9.092, conforme pesquisa de 2021 da empresa Catho.
Posições mais ocupadas na área de TI
É possível encontrar mulheres em diferentes áreas da tecnologia, apesar de os cargos de gerência ainda serem predominantemente masculinos.
Por isso, vamos conhecer agora alguns cargos que podem ser ocupados por quem deseja trabalhar na área de TI, independente do gênero:
- Analista de Segurança da Informação;
- Analista de Redes de Computadores;
- Analista de Telecomunicações;
- Assistente de Programação;
- Desenvolvedor de Software;
- Analista de Infraestrutura;
- Administrador de Dados;
- Analista Programador;
- Analista de Negócios;
- Técnico em TI.
Quais são os principais desafios enfrentados pelas mulheres na área de tecnologia?
São muitos os desafios enfrentados pelas mulheres que buscam por uma vaga na área de tecnologia. Vamos conhecer alguns problemas que vão além da desigualdade e da diferença salarial. Acompanhe:
Ausência de incentivo
Quando foi a última vez que você viu ou ouviu uma mulher ser incentivada a escolher cursos como Ciência da Computação, Análise e Desenvolvimento de Sistemas ou Engenharia quando estava escolhendo uma opção de graduação?
Em um país onde mais de 60% dos estudantes que concluem o ensino superior são mulheres, é frustrante que apenas 23,9% delas se formem nas áreas de Engenharia.
Ao pensar especificamente sobre TI, a primeira imagem que vem em mente quando se imagina o profissional da área é: homem, branco e inteligente. Isso, infelizmente, afasta as mulheres que não se veem nesse estereótipo.
Maior exigência consigo mesmas
As mulheres, de forma natural, costumam ser mais exigentes consigo mesmas. Ao encontrar uma vaga de emprego, seja na área de TI ou em qualquer outra, a mulher só irá se candidatar se entender que preenche 100% dos requisitos. Já o homem tentará a vaga mesmo não se encaixando de forma integral com ela.
A inflexibilidade e a busca pela perfeição acabam afastando as mulheres da tecnologia. Isso costuma se dar pelo fato delas terem o sentimento de precisarem ser sempre boas o suficiente, o que afeta diretamente sua autoestima.
Pouca representatividade
Com poucas mulheres ocupando posições na área, é natural que o público feminino não se sinta representado e se afaste ainda mais da carreira em tecnologia. Muitas jovens, apesar de terem o sonho de trabalhar com TI, se desencorajam pela ausência de representantes do mesmo sexo.
Falta de oportunidades
A falta de oportunidades na área de tecnologia é outro desafio enfrentado pelas mulheres. Por isso, investir em um curso superior de Ciência da Computação ou Análise e Desenvolvimento de Sistemas é o caminho para que você possa mudar este cenário.
Mulheres e tecnologia: público feminino têm muito a contribuir com área de TI
Como se pode perceber por meio de algumas trajetórias apresentadas neste artigo, a mulher, ao longo dos anos, desempenhou um papel fundamental na área de tecnologia. Dessa forma, elas podem contribuir muito para o desenvolvimento responsável e ágil da sociedade.
“Lugar de mulher é onde ela quiser”. Essa frase de autoria desconhecida representa muito bem o que as mulheres podem fazer, tanto no âmbito pessoal quanto no profissional.
E já que o assunto é tecnologia, a faculdade de TI é a qualificação que faltava para você entrar com o pé direito no mercado de trabalho. Afinal, as vagas na área estão disponíveis para serem preenchidas por profissionais qualificados, independente do gênero.
FECAP oferece bolsas para mulheres no curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas
Agora, uma boa notícia: você sabia que a FECAP oferece bolsas de estudo para mulheres que desejam cursar Análise e Desenvolvimento de Sistemas na instituição? Essa foi uma forma que a entidade descobriu de incentivar o público feminino que busca por aperfeiçoamento na área de tecnologia.
Por isso, conheça a carreira de Análise de Sistemas e saiba que mulheres e tecnologia tem tudo a ver! Você também pode se dar bem na área de TI.