Estamos no século XXI e os preconceitos sobre a trajetória feminina no mercado de trabalho ainda são muitos. Quando pensamos em mulheres e tecnologia, a evolução ainda é lenta, de modo que a proporção de mulheres no segmento cresceu de 36,7% para 37,1% de acordo com o Relatório Anual de Diversidade 2022.
Mas, vale a pena saber que quem teve a ideia do primeiro programa de computador foi uma mulher, Ada Lovelace. Hoje ela é conhecida como a mãe da computação e, inclusive, dá nome a um prêmio de inovação na área. Porém, por muito tempo ficou no anonimato.
Apesar dos pesares, a presença das mulheres no mercado da tecnologia cresce a cada dia. Por isso, este artigo será dedicado a elas.
Vamos falar um pouco mais sobre a importância das mulheres na tecnologia e o que elas fizeram para contribuir com esse setor ao longo da história. Você também vai ficar por dentro dos principais desafios enfrentados pelo público feminino nesta área atualmente.
Continue conosco e boa leitura!
Qual a participação das mulheres na tecnologia?
Ao pensar em qual é a importância da mulher na tecnologia, é necessário ter em mente a evolução que ocorreu ao longo dos anos. Desde o início, as mulheres tiveram papeis muito importantes, como o desempenhado por Ada Lovelace, pioneira na programação.
Além dela, também podemos mencionar as mulheres programadoras que participaram do projeto do Electronic Numerical Integrator and Computer (ENIAC), um dos primeiros computadores eletrônicos.
No entanto, conforme o tempo foi passando e a indústria tecnológica se desenvolveu, a participação feminina foi diminuindo, resultado de barreiras culturais e sociais que afastaram mulheres desse setor.
Assim, a mulher na tecnologia passou a encarar desafios como a discriminação de gênero, a falta de representatividade e a ausência de políticas inclusivas. Outro ponto foram os estereótipos sugerindo que carreiras em tecnologia são predominantemente masculinas.
Porém, nos últimos anos ocorreram muitos avanços decorrentes de programas de incentivo à educação para meninas. Todos voltados para aumentar a diversidade dentro das empresas.
Só que ainda existem desafios. No Brasil, as mulheres têm 70% mais chances de serem demitidas do que homens. Mas apesar disso, vemos mais mulheres na ciência e tecnologia, embora o caminho para a equidade ainda seja longo para promover ambientes inclusivos e desconstruir estigmas.
Mulheres na ciência e tecnologia
A importância da mulher na tecnologia vai muito além da carreira em TI . As mulheres possibilitam um olhar diferente possibilitando uma diversidade de perspectivas, fundamental para a inovação no desenvolvimento científico e tecnológico.
Existem diversos papeis importantes em áreas como biotecnologia, física e engenharia. Dessa forma, a participação feminina gera soluções mais abrangentes e inclusivas, beneficiando a sociedade de forma ampla.
Programas e iniciativas voltados para aumentar a participação feminina em ciência e tecnologia são fundamentais. E dentre eles, podemos destacar o programa da FECAP, que oferece bolsas de estudo exclusivas para mulheres na área de TI, incentivando a formação e capacitação feminina no setor tecnológico.
Esses incentivos ajudam a destruir barreiras econômicas e sociais, facilitando o acesso e a permanência de mulheres em áreas que ainda são de maioria masculina.
Qual é a importância das mulheres na tecnologia?
Durante a semana que antecede o Dia Internacional da Mulher – comemorado mundialmente em 8 de março – os esforços profissionais das mulheres ganham espaço na mídia. O que a audiência, por vezes, acaba esquecendo é que o público feminino ocupa todos os lugares com maestria e excelência o ano inteiro.
Na lista anual apresentada pela BBC News com as 100 mulheres influentes e inspiradoras de todo o mundo, figuram personagens que tratam de assuntos importantes. Entre eles, destacam-se a crise econômica, a pandemia causada pelo coronavírus, as mudanças climáticas, o crescimento da fome e também as mulheres que fizeram história na tecnologia.
Mesmo em uma área predominantemente masculina, elas vêm fazendo verdadeiras revoluções no universo tecnológico ao longo dos anos. Muitos itens que conhecemos e usamos hoje em dia foram criados por elas – apesar de não receberem o devido reconhecimento.
Nas organizações, é preciso considerar que ter uma equipe diversificada possibilita o aproveitamento de todas as habilidades pertinentes, com olhares variados sobre um mesmo problema. Com isso, as soluções se tornam muito mais ricas e interessantes.
O que as mulheres fizeram na tecnologia? Conheça algumas histórias de sucesso!
Homens e mulheres são diferentes e, consequentemente, possuem habilidades únicas. Tais características fazem das mulheres profissionais extremamente importantes no desenvolvimento tecnológico.
Por isso, vamos conhecer algumas mulheres importantes na tecnologia e que têm seu nome gravado na história. Bora saber mais?
Grace Hopper (1906 – 1992)
Bug é um termo utilizado até hoje quando queremos nos referir a algum problema no sistema do computador. A palavra em inglês significa inseto. Você já parou para pensar em como uma coisa está ligada à outra?
A explicação é a seguinte: o termo passou a ser usado como referência de problemas nos sistemas computacionais depois que a norte-americana Grace tirou um inseto de dentro de uma máquina. Interessante, não é? Mas a contribuição dela para a tecnologia não para por aí.
Hopper foi a primeira mulher a conquistar um PhD, considerado o maior grau acadêmico e universitário, em Matemática, além de trabalhar na área de tecnologia na Marinha dos Estados Unidos. Ela foi uma das idealizadoras da Linguagem Comum Orientada para os Negócios (COBOL) e também contribuiu na criação do primeiro computador vendido nos EUA, o UNIVersal Automatic Computer (UNIVAC).
Hedy Lamarr (1914 – 2000)
Além de atriz, a austríaca Hedy Lamarr contribuiu para a criação de tecnologias que são utilizadas até hoje em redes Wi-Fi e GPS.
A ideia de Hedy foi usada, em um primeiro momento, para interceptar mensagens durante a Segunda Guerra Mundial. Foi quando ela percebeu a variação da frequência nas notas do piano e concluiu que as estações de radiocomunicação funcionavam de forma similar.
Hedy e George Antheil desenvolveram o sistema decodificador de mensagens que é usado até hoje em GPS, Bluetooth, Wi-Fi, smartphones e tantos outros aparelhos.
Katherine Johnson (1918-2020)
Katherine Johnson é um nome a ser lembrado na área da tecnologia. A norte-americana concluiu as suas primeiras graduações, em Francês e Matemática, quando tinha apenas 18 anos. Foi a primeira mulher negra a entrar em um curso de pós-graduação na West Virginia State University.
As ideias brilhantes de Katherine a levaram a trabalhar na National Advisory Committee for Aeronautics (NACA), órgão que depois se transformou na National Aeronautics and Space Agency (NASA). Ela foi a responsável por fazer o cálculo da trajetória de voo do primeiro pouso na lua, com o Apollo 11, em 1969. Essa você não sabia, não é?
Carol Shaw
Se você é fã dos videogames, com certeza já ouviu falar em Carol Shaw. Ela nasceu em 1955 e viveu por muitos anos no Vale do Silício, sendo considerada a primeira mulher a trabalhar no desenvolvimento de jogos digitais.
Formada em Engenharia da Computação, Carol inventou a geração procedural de conteúdo. Esse é o sistema que permite, entre outras coisas, o aumento gradativo da dificuldade, conforme você vai passando as fases em um videogame. Ela também criou consoles e softwares para games.
Contratada pela Atari – empresa de jogos eletrônicos fundada no início da década de 1970 –, Carol trabalhou ativamente no desenvolvimento de diversos jogos, entre eles: River Raid, Super Breakout, Polo e Happy Trails.
Nina Silva
Também temos uma representante brasileira na lista. Nina Silva é carioca e nasceu em 1982. Construiu sua carreira na área de TI trabalhando com planejamento de recursos empresariais (ERP). Atuou em empresas de renome como Heineken, Honda e L’Oreal.
Criou a sua própria empresa, o Movimento Black Money, como forma de incentivar a comunidade negra a empreender. Está na lista das 100 pessoas afrodescendentes mais influentes do mundo. Atualmente, é Lead IT Manager na empresa ThoughtWorks.
Ada Lovelace
E não podíamos deixar de fora da lista a inglesa Ada Lovelace, pioneira na criação do programa de computador. No século XIX, enquanto analisava e traduzia textos matemáticos, ela desenvolveu o primeiro algoritmo da história. Na época, não existiam computadores capazes de rodar esse código, e apenas anos depois foi possível confirmar seu funcionamento.
Entre 1842 e 1843, Lovelace traduziu um artigo italiano sobre uma máquina analítica e acrescentou suas próprias anotações, tratando o assunto de forma muito mais profunda e contendo um código para rodar em máquinas, considerado o primeiro programa de computador.
Lovelace também foi inovadora ao notar que os computadores poderiam realizar funções muito além dos cálculos, única função imaginada na época. Sua participação foi tão importante que hoje existe um prêmio em sua homenagem, a “Medalha Lovelace”, concedido a pessoas que fizeram contribuições significativas para a computação.
Jean Sammet
Jean foi a idealizadora da FORmula MAnipulation Compiler (FORMAC), uma das primeiras linguagens de computadores. E também foi uma das primeiras mulheres a adquirir um diploma em Ciência da Computação.
A linguagem FORMAC começou a ser usada pela IBM Corporation para ajudar em cálculos complexos nos anos 1960.
Além do doutorado em Ciências da Computação, Jean ainda era formada em matemática pela Universidade de Illinois e também pelo Mount Holyoke College, trabalhando por 27 anos na IBM, referência no setor tecnológico.
Mulheres e tecnologia: qual é a porcentagem de mulheres em TI?
Com tantas contribuições importantes na área da tecnologia ao longo dos anos, é possível pressupor que a porcentagem de mulheres que trabalham com Tecnologia da Informação (TI) nos dias atuais seja bastante alta. É aí que você se engana. Os números dizem exatamente o contrário.
Do total de trabalhadores da área de TI, apenas 20% são mulheres. Ou seja, para cada 8 homens que atuam no setor existem duas mulheres. O dado foi divulgado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já do total de profissionais que se formam em todo o mundo na área da tecnologia, apenas 37,1% são mulheres, de acordo com o Fórum Econômico Mundial. Apesar das características e habilidades únicas, o público feminino aparece em porcentagem menor no setor.
Desigualdade e diferença salarial
A ausência de uma política de igualdade de gênero na área de TI e até mesmo dentro das empresas é um fator que igualmente desmotiva as mulheres com o desejo de seguir no setor de tecnologia.
Outra questão que acaba se tornando um empecilho é a diferença salarial entre homens e mulheres, não apenas na área da tecnologia, mas também na Ciência, Matemática e Engenharia.
E aí você deve estar pensando: “se o cenário é este, melhor eu escolher outro curso”. Mas, ao invés disso, inspire-se nas mulheres que, mesmo apesar das adversidades, dedicaram-se e gravaram seus nomes na história da tecnologia.
Mulheres na área de TI: média salarial
Apesar da diferença salarial ainda ser destaque quando o assunto são as mulheres e a tecnologia, é preciso ressaltar que os valores das remunerações ficam mais próximos com o passar dos anos.
Em 2017, a diferença salarial entre homens e mulheres da área de tecnologia era de 22,4%. Em 2019, este número caiu para 12,4%. É o que indica uma pesquisa realizada pela Revelo, empresa especializada em Recursos Humanos.
Ainda sobre a remuneração média das mulheres na área de TI, o salário de uma mulher na área era de, em média, R$ 7.950,00. Homens que ocupavam a mesma posição recebiam, em média, R$ 9.092,00, conforme pesquisa de 2021 da empresa Catho.
Posições mais ocupadas na área de TI
É possível encontrar mulheres em diferentes áreas da tecnologia, apesar de os cargos de gerência ainda serem predominantemente masculinos.
Por isso, vamos conhecer agora alguns cargos que podem ser ocupados por quem deseja trabalhar na área de TI, independente do gênero:
- analista de segurança da informação;
- analista de redes de computadores;
- analista de telecomunicações;
- assistente de programação;
- desenvolvedor de software;
- analista de infraestrutura;
- administrador de dados;
- analista programador;
- analista de negócios;
- técnico em TI.
Quais são os principais desafios enfrentados pelas mulheres na área de tecnologia?
São muitos os desafios enfrentados pelas mulheres que buscam por uma vaga na área de tecnologia. Vamos conhecer alguns problemas que vão além da desigualdade e da diferença salarial. Acompanhe:
Ausência de incentivo
Quando foi a última vez que você viu ou ouviu uma mulher ser incentivada a escolher cursos como Ciência da Computação, Análise e Desenvolvimento de Sistemas ou Engenharia quando estava escolhendo uma opção de graduação?
Em um país onde mais de 60% dos estudantes que concluem o ensino superior são mulheres, é frustrante que apenas 23,9% delas se formem nas áreas de Engenharia.
Ao pensar especificamente sobre TI, a primeira imagem que vem em mente quando se imagina o profissional da área é: homem, branco e inteligente. Isso, infelizmente, afasta as mulheres que não se veem nesse estereótipo.
Maior exigência consigo mesmas
As mulheres, de forma natural, costumam ser mais exigentes consigo mesmas. Ao encontrar uma vaga de emprego, seja na área de TI ou em qualquer outra, a mulher só irá se candidatar se entender que preenche 100% dos requisitos. Já o homem tentará a vaga mesmo não se encaixando de forma integral com ela.
A inflexibilidade e a busca pela perfeição acabam afastando as mulheres da tecnologia. Isso costuma se dar pelo fato delas terem o sentimento de precisarem ser sempre boas o suficiente, o que afeta diretamente sua autoestima.
Pouca representatividade
Com poucas mulheres ocupando posições na área, é natural que o público feminino não se sinta representado e se afaste ainda mais da carreira em tecnologia. Muitas jovens, apesar de terem o sonho de trabalhar com TI, se desencorajam pela ausência de representantes do mesmo gênero.
Falta de oportunidades
A falta de oportunidades na área de tecnologia é outro desafio enfrentado pelas mulheres. Por isso, investir em um curso superior de Ciência da Computação ou Análise e Desenvolvimento de Sistemas é o caminho para que você possa mudar este cenário.
Quais são as maiores oportunidades para mulheres na tecnologia?
Com a revolução tecnológica, os setores relacionados estão em constante crescimento. Com isso, a cada dia surgem novas oportunidades de trabalho para mulheres interessadas em desenvolver suas carreiras em TI ou outros segmentos.
A demanda crescente por inovação e segurança digital faz com que áreas como desenvolvimento de software, cibersegurança, análise de dados e inteligência artificial se destaquem entre as que mais crescem.
E cada uma dessas especializações oferece um leque ainda maior de possibilidades para que as mulheres contribuam com suas perspectivas e habilidades!
Desenvolvimento de software
Aqui, as profissionais são responsáveis por criar aplicativos, sistemas e plataformas, trabalhando como:
- desenvolvedor front-end: criam interfaces para que os usuários interajam diretamente. Usam linguagens como HTML, CSS e JavaScript e tem como foco garantir uma experiência de usuário intuitiva e agradável;
- desenvolvedor back-end: são responsáveis por criar a “lógica” do software. Atuam no lado do servidor, lidando com bancos de dados, autenticação e integração de APIs, criando a base funcional dos aplicativos;
- desenvolvedor full-stack: combina habilidades de front-end e back-end, para criar tanto a interface quanto a lógica do software. Essa é uma área com alta demanda, principalmente em startups, onde profissionais dinâmicos são valorizados;
- engenheiro de software: tem foco no design e arquitetura do sistema. Essas profissionais desenvolvem e mantêm softwares complexos e escaláveis, contribuindo para uma integração eficiente entre componentes.
Cibersegurança
Ao atuar com cibersegurança, as mulheres podem se especializar em proteger dados e redes, desempenhando papéis como analistas de segurança e especialistas em proteção contra ataques cibernéticos, outro segmento bastante demandado. Afinal, hoje a maior parte dos negócios é realizado em meio digital.
Análise de dados
Essa é uma área muito estratégica. Nesse caso, você vai tratar as informações coletadas em insights capazes de ajudar as empresas a tomar decisões mais informadas.
Os dados são considerados o novo petróleo, já que com as informações certas você consegue traçar perfis de consumidores e direcionar campanhas de forma personalizada, aumentando a taxa de conversão, por exemplo.
Para se posicionarem nessas áreas, as mulheres podem investir em cursos, certificações e redes de apoio focadas em tecnologia, como programas de mentorias e eventos. Iniciativas de inclusão também têm sido criadas por instituições de ensino e empresas para incentivar a participação feminina, garantindo que elas tenham o apoio necessário para prosperar em suas carreiras no setor tecnológico.
A formação superior é essencial para quem busca boas oportunidades. A graduação oferece não apenas o domínio das linguagens de programação, mas também uma compreensão profunda dos conceitos teóricos e práticos que sustentam a tecnologia.
E na FECAP, os cursos de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Ciência da Computação e Ciência de Dados e Inteligência Artificial são estruturados para preparar os alunos com habilidades técnicas e estratégicas para atuar em diversas frentes da tecnologia.
Mulheres e tecnologia: público feminino têm muito a contribuir com área de TI
Como se pode perceber por meio de algumas trajetórias apresentadas neste artigo, a mulher, ao longo dos anos, desempenhou um papel fundamental na área de tecnologia. Dessa forma, elas podem contribuir muito para o desenvolvimento responsável e ágil da sociedade.
“Lugar de mulher é onde ela quiser”. Essa frase de autoria desconhecida representa muito bem o que as mulheres podem fazer, tanto no âmbito pessoal quanto no profissional.
E já que o assunto é tecnologia, a faculdade de TI é a qualificação que faltava para você entrar com o pé direito no mercado de trabalho. Afinal, as vagas na área estão disponíveis para serem preenchidas por profissionais qualificados, independente do gênero.
FECAP oferece bolsas para mulheres no curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas
Agora, uma boa notícia: você sabia que a FECAP oferece bolsas de estudo para mulheres que desejam cursar Análise e Desenvolvimento de Sistemas na instituição?
Essa foi uma forma que a entidade descobriu de incentivar o público feminino que busca por aperfeiçoamento na área de tecnologia. Regularmente, a instituição divulga novas chamadas em nosso site. Então, fique de olho!
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