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Qual é a diferença entre Relações Internacionais e Relações Públicas?
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Qual é a diferença entre Relações Internacionais e Relações Públicas? 

O que é “Relações Públicas”? O que é “Relações Internacionais”? São dois conceitos diferentes?

É comum associar os dois termos como se fossem sinônimos. Mas esse não é o caso. Cada um tem uma definição diferente.

Por isso, é importante entender a diferença entre Relações Internacionais e Relações Públicas para saber qual curso é melhor para você. Leia mais e tire dúvidas sobre esse tema.

Diferença entre Relações Internacionais e Relações Públicas

Uma semelhança é que ambos são formas de relacionamento, mas funcionam de maneiras diferentes e atingem públicos diferentes.

Definição e escopo das Relações Internacionais

Primeiro, vamos responder o que é “Relações Internacionais”. As Relações Internacionais (RI) são um campo de estudo que visa compreender as conexões entre diferentes atores no cenário mundial, incluindo:

  • Estados Soberanos: são os principais intervenientes nas RI e as suas políticas internas e externas influenciam o sistema internacional;
  • Organizações Internacionais: Instituições como as Nações Unidas, a OTAN e a União Europeia desempenham um papel essencial na cooperação internacional, na resolução de conflitos e na promoção de valores como a paz e os direitos humanos;
  • Corporações Multinacionais: as grandes corporações que operam globalmente têm um impacto significativo na economia, na política e nas culturas de diferentes países;
  • Organizações Não Governamentais (ONGs): as organizações da sociedade civil trabalham numa variedade de áreas, incluindo o desenvolvimento, os direitos humanos, o ambiente e a assistência humanitária;
  • Indivíduos: as pessoas comuns também podem influenciar as RIs por meio de movimentos sociais, turismo e utilização de tecnologias de comunicação.

Origens e evolução das Relações Internacionais como campo de estudo

As Relações Internacionais (RI) evoluíram ao longo dos séculos, refletindo as profundas mudanças no cenário mundial. Suas raízes remontam a tempos muito anteriores ao seu surgimento como campo de estudo formal no início do século XX.

Antiguidade

Desde a Antiguidade, pensadores e filósofos gregos já se debruçavam sobre questões relacionadas à guerra, paz, poder e diplomacia (Tucídides, Aristóteles, Platão).

Idade Média

Na Idade Média, o desenvolvimento do Direito Internacional e das relações entre Estados Soberanos se destacou ainda mais.

Renascimento

A Renascença foi marcada pela atividade de filósofos, cientistas e outros sábios que buscaram exaltar e revivescer a época greco-romana.

Entre os pensadores de RI, podemos citar: Hugo Grócio (Pai do Direito Internacional, Holanda), Thomas Hobbes (Inglaterra) e John Locke (Inglaterra).

Iluminismo

O Iluminismo foi um produto do Renascimento e, quanto às Relações Internacionais, destacaram-se os seguintes nomes:

  • Jean-Jacques Rousseau (Suíça);
  • Immanuel Kant (Prússia).
Século XIX

No século XIX, a Revolução Industrial e a ascensão do Estado-nação moldaram o sistema internacional, impulsionando o estudo de temas como economia política, geopolítica e Direito Internacional.

Em 1895, a LSE (London School of Economics and Political Science) criou o primeiro departamento de RI do mundo.

Século XX

O século XX marcou profundas transformações nas RIs. A Primeira Guerra Mundial impulsionou a criação de organizações internacionais, como a Liga das Nações, inaugurando formalmente o estudo das RI como disciplina acadêmica.

Em 1919, a Universidade de Gales, no Reino Unido, criou o primeiro curso de graduação em Relações Internacionais.

A Segunda Guerra Mundial e o fracasso da Liga das Nações alteraram profundamente o cenário das RI, com o surgimento de novas potências, como os Estados Unidos e a União Soviética.

Durante a Guerra Fria, a bipolaridade entre essas superpotências e a ameaça de uma guerra nuclear dominaram o cenário internacional, influenciando o desenvolvimento de novas teorias nas RI.

O fim da Guerra Fria marcou uma nova fase nas Relações Internacionais, com a emergência de novos atores e temas, como a globalização, o terrorismo e as alterações climáticas.

Século XXI

No século XXI, a interdependência entre Estados e a ascensão de países como China, Índia e Brasil, bem como as novas tecnologias, estão desafiando as abordagens tradicionais das RI.

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Principais áreas de interesse em Relações Internacionais

O campo de estudo das Relações Internacionais (RI) abrange diversas áreas de interesse, que podem ser assim divididas:

  • política internacional: analisa a interação entre Estados, organizações internacionais e outros atores em questões como segurança, poder, diplomacia, conflitos e cooperação;
  • comércio, investimento, finanças e desenvolvimento;
  • Direito Internacional: verifica as normas e instituições jurídicas que regulamentam as relações entre Estados, organizações internacionais e indivíduos.

Abordagem teórica e metodológica em Relações Internacionais

As Relações Internacionais (RI) são um campo de estudo multifacetado, com diversas abordagens teóricas que buscam explicar as relações entre Estados, organizações internacionais e outros atores no cenário global:

  • realismo: foca no poder como principal determinante das relações internacionais, enfatizando a busca por segurança e a competição entre Estados;
  • liberalismo: acredita na cooperação entre Estados e na importância de instituições internacionais para promover a paz e o desenvolvimento;
  • construtivismo: destaca a influência de ideias, normas e valores na formação das Relações Internacionais;
  • marxismo: analisa as relações internacionais sob a ótica da luta de classes e da exploração econômica entre países;
  • feminismo: examina o papel do gênero nas relações internacionais e critica as desigualdades de poder entre homens e mulheres.

Além das abordagens teóricas, a área de RI também se utiliza de diversas abordagens metodológicas para conduzir pesquisas e analisar dados. Algumas das principais incluem:

  • quantitativa: utiliza métodos estatísticos para analisar dados numéricos e testar hipóteses;
  • qualitativa: explora dados não numéricos, como entrevistas, discursos e documentos, para entender a complexidade das relações internacionais;
  • mista: combina métodos quantitativos e qualitativos para obter uma compreensão mais completa do fenômeno estudado;
  • estudos de caso: avalia em profundidade um caso específico para compreender causas, consequências e implicações;
  • simulações: cria cenários hipotéticos para testar diferentes teorias e políticas.

Definição e escopo de Relações Públicas

Por sua vez, as Relações Públicas (RP) são um conjunto de estratégias de comunicação que visam construir e manter relacionamentos favoráveis entre uma organização e seus stakeholders (público em geral, clientes, funcionários, mídia, governo e outras organizações).

História e desenvolvimento das Relações Públicas como disciplina profissional

A seguir, um breve panorama da história e do desenvolvimento das RP como disciplina profissional:

  • Antiguidade: filósofos e pensadores como Platão, Aristóteles e Cícero já se preocupavam com a imagem pública e a persuasão;
  • Idade Média: a Igreja Católica e as monarquias utilizavam técnicas de propaganda e relações públicas para influenciar a opinião pública;
  • século XIX: a Revolução Industrial e o surgimento da imprensa moderna criaram novas oportunidades e desafios para a comunicação pública.

No século XX, vale a pena destacar alguns momentos que foram relevantes para o desenvolvimento e a expansão das Relações Públicas:

  • Primeira Guerra Mundial: a guerra impulsionou o uso da propaganda e das Relações Públicas para mobilizar a população e influenciar a opinião pública;
  • década de 1920: apareceram as primeiras agências de Relações Públicas nos Estados Unidos, especializadas em gerenciar a imagem de empresas e personalidades;
  • Segunda Guerra Mundial: a guerra reforçou a importância das Relações Públicas para a comunicação governamental e militar;
  • década de 1950: as Relações Públicas se consolidam como uma disciplina profissional, com a criação de associações profissionais e cursos de graduação em universidades;
  • década de 1960: a ascensão dos movimentos sociais e a crescente preocupação com a ética e a responsabilidade social empresarial influenciam as práticas de Relações Públicas;
  • década de 1970: as Relações Públicas se expandem para novos setores, como o meio ambiente, a saúde e a educação;
  • década de 1980: a globalização e o avanço tecnológico impulsionam a internacionalização das Relações Públicas e o uso de novas ferramentas de comunicação;
  • década de 1990: a internet e as mídias sociais revolucionam a comunicação e criam novos desafios e novas oportunidades para as Relações Públicas.

No século XXI, as Relações Públicas se tornam cada vez mais estratégicas e integradas à gestão empresarial, com foco em construir relacionamentos de confiança com os stakeholders e em gerenciar a reputação corporativa.

Funções e objetivos das Relações Públicas nas organizações

As funções e os objetivos das RP são multifacetados e visam criar e manter uma comunicação eficiente e transparente entre a empresa e seus stakeholders. As principais funções e objetivos dos profissionais de RP são:

Gerenciar a imagem da organização

Criar e fortalecer uma imagem positiva da organização perante o público, promovendo seus valores, missão e objetivos.

Manter comunicação com o público

Estabelecer e manter canais de comunicação com diversos públicos, incluindo clientes, funcionários, imprensa, comunidade, governo e investidores.

Gerenciar crises

Lidar com situações de gerenciamento de crise de com eficiência e transparência, minimizando os danos à reputação da empresa.

Promover eventos e campanhas

Planejar e executar eventos e campanhas para atingir públicos específicos e comunicar mensagens estratégicas.

Consolidar o relacionamento com o público

Desenvolver e manter um diálogo aberto e com diferentes stakeholders, gerando confiança e engajamento.

Produzir conteúdo

Gerar e distribuir conteúdo relevante para diferentes públicos, (comunicados à imprensa, releases, artigos, posts de mídia social e relatórios).

Gerenciar as redes sociais

Gerenciar perfis em plataformas de mídia social, interagindo com o público e construindo relacionamentos.

Ferramentas e técnicas utilizadas em Relações Públicas

As Relações Públicas usam ferramentas e técnicas diversificadas para atingir seus objetivos de comunicação e relacionamento com o público:

Comunicados à imprensa

Os comunicados são textos informativos que anunciam novidades, eventos ou conquistas da empresa para a mídia.

Releases

Textos mais extensos que aprofundam um tema específico relacionado à organização, com o objetivo de gerar interesse da mídia e do público.

Press kits

Compilação de materiais informativos sobre a empresa, como releases, fotos, vídeos e informações de contato, para facilitar o trabalho da imprensa.

Eventos

Organização de eventos para promover a organização, seus produtos ou serviços, e fortalecer o relacionamento com o público.

Patrocínios

Apoio financeiro a eventos, projetos ou causas sociais, com a finalidade de associar a imagem da organização a valores positivos.

Redes sociais

Criação e gerenciamento de perfis em plataformas sociais para interagir com o público, divulgar informações e construir relacionamentos.

Marketing de conteúdo

Produção e distribuição de conteúdo relevante e atrativo para o público, como artigos de blog, infográficos, vídeos e podcasts.

SEO (Search Engine Optimization)

Otimização do web site da empresa para melhorar seu posicionamento nos resultados de busca, aumentando a visibilidade on-line.

Comparação entre relações internacionais e relações públicas

Vamos apresentar, em um modelo comparativo, a diferença entre Relações Internacionais e Relações Públicas.  

Enfoque de estudo

Relações Internacionais: esse campo concentra-se nas relações entre países, organizações internacionais e atores transnacionais.

Os estudiosos e praticantes de Relações Internacionais analisam e interpretam os fenômenos políticos, econômicos e sociais em escala global. Dessa forma, buscam compreender as complexidades das interações entre atores internacionais.

Relações Públicas: por outro lado, as Relações Públicas têm como foco a gestão da comunicação e imagem de organizações em contextos locais, nacionais e globais.

Os profissionais de RP trabalham para construir e manter relacionamentos positivos com públicos específicos, buscando promover a reputação e a credibilidade das organizações em que atuam.

Objetivos e Stakeholders

Relações Internacionais: os objetivos das Relações Internacionais envolvem a compreensão e análise dos fenômenos globais que moldam o cenário internacional.

Os estudiosos e profissionais dessa área buscam identificar padrões e tendências nas relações entre países e organizações internacionais. Desse modo, contribuem para a tomada de decisões informadas e eficazes.

Relações Públicas: têm como principal objetivo construir e manter relacionamentos positivos com públicos específicos em benefício das empresas. Os profissionais de RP trabalham para fortalecer a reputação e a imagem das organizações, promovendo a transparência e a confiança junto aos stakeholders.

Métodos e abordagens

Relações Internacionais: para alcançar seus objetivos, as Relações Internacionais empregam teorias e análises políticas, econômicas e sociais.

Os estudiosos dessa área utilizam ferramentas conceituais e metodológicas para compreender as dinâmicas internacionais, avaliar os impactos das políticas globais e antecipar possíveis desdobramentos nas relações entre estados.

Relações Públicas: utilizam estratégias de comunicação, marketing e relações interpessoais para alcançar seus objetivos organizacionais. Os profissionais de Relações Públicas desenvolvem planos de comunicação, gerenciam crises de imagem e cultivam relacionamentos duradouros com os diversos públicos de interesse da organização.

Enfim, compreender bem a diferença entre Relações Internacionais e Relações Públicas vai ajudar você a escolher qual dos cursos é mais adequado ao seu perfil. Mais que isso: entender como funciona cada uma ajudará a planejar o que fazer depois da faculdade de Relações Internacionais e o que fazer depois da faculdade de Relações Públicas.

Depois de conhecer melhor as diferenças entre os cursos de Relações, confira 5 dicas para ter uma carreira internacional. São dicas valiosas para quem deseja ganhar o mundo!

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