A situação dos jovens no mercado de trabalho tem mudado nos últimos anos. A atual desaceleração da economia que o Brasil vive impõe novos desafios para eles.
Se conseguir o primeiro emprego nunca foi tarefa fácil, agora parece estar ainda mais difícil. O índice de jovens desempregados assusta, contudo, é possível reduzir os riscos com alguns cuidados.
Acompanhe o artigo para entender mais sobre esse assunto.
Situação dos jovens no mercado de trabalho
Basta abrir um portal de notícias ou ligar a TV para ver mais reportagens sobre o desemprego entre os jovens. Esse público já é o mais afetado pela atual crise econômica brasileira.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) apontou que 41,8% dos brasileiros de 18 a 24 anos estão subutilizados. Esse termo faz referência a quem está desempregado, desistiu de procurar serviço ou poderia trabalhar mais horas na semana.
7,337 milhões de pessoas fazem parte deste grupo. O número é o maior desde que a Pnad começou a ser realizada, em 2012.
Em São Paulo, 28,6% dos jovens de 18 a 24 anos estão subutilizados. Índice maior do que a média nacional, que é de 27,3%.
Os dados são alarmantes, pois tem impacto no presente e no futuro desse público.
Fragilidade na crise
Os jovens sempre tiveram maior dificuldade de encontrar um emprego formal pela falta de experiência. Porém, além desse obstáculo, a queda na economia tem causado outros impactos.
Em crises passadas, era comum ver empresas demitindo funcionários mais velhos e contratando mais jovens. O objetivo era trocar um salário alto por um mais baixo, pago a quem ainda estava começando a carreira.
Agora, o grande número de desempregados de todas as idades fez com que isso mudasse. A ameaça do desemprego está fazendo com que pessoas mais velhas aceitem salários mais baixos.
Desta maneira, é possível contratar alguém com mais experiência profissional a um salário abaixo da média para carreira. Ou seja, os jovens estão em desvantagem quando comparados aos mais velhos.
Efeitos em médio e longo prazo
Mesmo que a economia se recupere no próximo ano, muitas pessoas tidas como subutilizadas ainda sofrerão as consequências da crise.
Quem está desempregado hoje perde a chance de adquirir experiência profissional. Logo, terá o currículo defasado quando as vagas de emprego voltarem a surgir.
Além disso, há ainda impacto na Previdência. Se por um lado, a expectativa de vida do brasileiro aumentou, por outro, os jovens subutilizados contribuem para aposentadoria. Isso quer dizer que as contas não fecham e que a economia continuará abalada por causa deste problema.
Como cuidar da sua carreira diante desta realidade?
Se você chegou até aqui, deve estar preocupado com o futuro da sua carreira. Porém, é preciso tranquilizá-lo. Com um pouco de planejamento, é possível se blindar contra a crise.
Apesar dos dados apontarem que o desemprego atinge pessoas de todos níveis de escolaridade, quem se qualifica mais sofre menos.
Segundo o IBGE, quem tem o ensino superior completo está menos exposto ao risco do desemprego. 6,9% dos jovens brasileiros subutilizados concluíram a graduação, contra 22,1% dos subutilizados que não terminaram o Ensino Médio.
Ou seja, quem estuda menos está mais sujeito às variações do mercado de trabalho.
O que levar em conta ao escolher uma profissão?
Já deu para perceber que o ideal é concluir pelo menos a graduação, certo? Por isso, vamos listar algumas dicas que vão ajudar os estudantes a escolherem a carreira:
Observe sua vocação
De nada adianta fazer um curso com o qual o aluno não tem a menor ligação. Mesmo que ele consiga se formar e arrume um emprego, a frustração sempre estará presente.
O recomendado é observar as habilidades e competências de cada um para encontrar uma carreira compatível com o seu perfil.
Caso a dúvida continue aparecendo, um teste vocacional pode ser uma boa pedida.
Pesquise sobre a carreira
Antes de mais nada é necessário entender os pontos negativos e positivos da profissão escolhida.
Faça pesquisas, visite mostras de profissão e converse com quem já se formou. O segredo é não poupar dúvidas. Quanto mais informação o estudante colher, melhor será para a decisão.
Informe-se sobre a faixa salarial
Este também é um fator a ser considerado. Faça buscas, converse com pessoas que atuam na área e entenda quanto o mercado está pagando por um trabalhador no começo e ao longo da carreira.
Importância dos estudos
Depois de escolher uma carreira e se formar, o jovem ainda deve buscar qualificação.
A preocupação com a atualização deve ser constante em todas as etapas da vida profissional.
Quem está sempre antenado ao que está acontecendo desenvolve novas habilidades e se torna mais competitivo. Logo, está menos sujeito à maré de desemprego durante as crises econômicas.
Uma boa forma de se manter atualizado é participar de cursos de extensão e projetos in company.
Uma prática interessante é manter uma listagem de próximos cursos a se fazer. A relação deve fazer parte das suas metas profissionais.
Dicas para quem está ingressando no mercado de trabalho
A busca pelo primeiro emprego pode ser facilitada com alguns cuidados. Saiba quais são eles:
- envolva-se com os projetos da faculdade: participar de projetos de pesquisa e extensão contribui para o seu aprendizado e ajuda a criar contatos profissionais. Os próprios professores e orientadores podem recomendá-lo para oportunidades de estágio e emprego;
- dedique-se aos estudos: é fundamental levar a faculdade a sério. Investir verdadeiramente na graduação faz toda a diferença na maneira com que você vai atuar no dia a dia;
- seja voluntário: o voluntariado é bem visto pelas empresas e pode ser uma boa fonte de experiência profissional. Além disso, é uma experiência única para quem deseja amadurecer e se sentir útil para a sociedade;
- desenvolva um projeto pessoal: a falta da carteira assinada não é desculpa para ficar parado. É possível colocar o conhecimento na prática por meio de pequenos “bicos”. Ofereça os seus serviços em plataformas de freelancers pode ser um bom começo para o currículo.
Como deu para perceber, apesar dos desafios do jovens no mercado de trabalho, ainda é possível driblar a crise. Seguindo as dicas que reunimos neste post, você estará mais protegido das variações da economia.
Quer entender qual é a relação entre grau de escolaridade e salário? Acesse esse artigo e esclareça suas dúvidas.